Biografia

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André Juillard

Autor/ desenhador/ colorista
André Juillard nasceu em Paris em 9 de Junho de 1948.
Muito rapidamente, a paixão do desenho apoderou-se dele. Ainda criança, devora o semanário Tintim. A leitura de Hergé, Jacobs, Martin e Bob De Moor da época de ouro fazem dele um especialista, ainda inconsciente, da linha clara. O manual de história da turma do sexto ano será a sua segunda grande influência, em especial as páginas consagradas à Antiguidade. Ainda não o sabe, mas a sua paixão pela linha clara, a História e as histórias farão dele um autor moderno, sem nunca se esquecer das lições do passado.
Depois de ter acabado o secundário, em 1967, matricula-se nas Artes Decorativas de Paris, onde conhece Martin Veyron e Jean-Claude Denis. Em 1974, estreia-se na Formule 1, com um western com roteiro de Claude Verrien. Este último, escreve para ele Les Aventures chevaleresques de Bohémond de Sanit-Gilles. Os entusiastas esclarecidos adivinham nele já uma grande esperança da banda desenhada realista. Em 1978, desenha «Les Cathares» para a Djinn antes de iniciar uma frutuosa colaboração com Patrick Cothias ao publicar «Masquerouge» em Pif Gadget.
Em 1982, como o mesmo argumentista, publica as primeiras páginas das Sept Vies de l’Épervier que o fazem entrar directamente para a secção «clássicos da BD contemporânea». Como Jacques Martin fez no seu tempo com Alix, Juillard criou uma nova área da BD histórica realista. Muitos se inspiram nela, alguns verdadeiros talentos, muitos apenas imitadores. Ele, humilde, continua o seu caminho.
Como todos os grandes desenhadores, sente que tem asas para, de vez em quando, escrever a história que em seguida desenhará.
Principalmente porque, às vezes, sente necessidade de fugir da História, a sua amante preferida. Para À Suivre publica o intimista Cahier bleu que lhe valeu, em Janeiro de 1995, o Prémio de melhor álbum no Festival de Angoulême. No ano seguinte, receberá o Grande Prêmio do mesmo festival.
O primeiro ciclo das Sept Vies de l’Épervier foi concluído após sete álbuns editados pela Glénat. A falta da bela Arianne de Troil é sentida tanto pelos seus criadores como pelo público. A necessidade impõe a sua lei: ela regressará na série Plume-aux-vents, na Dargaud. Se o primeiro ciclo decorre em França, a continuação (4 volumes) apresenta uma América que poderia ter sido francesa. Em 2014, Quinze anos depois, um novo álbum das aventuras de «L'Épervier» inicia um terceiro e novo ciclo da série. Em 2021, sai o segundo título deste ciclo, o último que Juillard desenha antes de o entregar a Milan Jovanovic.
A sombra de Blake e Mortimer acerca-se gradualmente de Juillard. No final dos anos oitenta, as edições Blake e Mortimer contactaram-no para produzir o segundo volume de Trois Formules du professeur Sato. Mas ele ainda não se sente preparado para um tal desafio. Entretanto, em 1998, criou na Dargaud, com o seu antigo cúmplice Didier Convard, a colecção «Le dernier chapitre», contando a última aventura dos mais famosos heróis da época de ouro da banda desenhada. Obviamente, uma das obras será reservada a Philip Mortimer e Francis Blake.
O momento da verdade chega quando, em 2000, desenha, com base num roteiro de Yves Sente, La Machination Voronov. Em 2003, a mesma equipa publica o primeiro volume do díptico Les Sarcophages du 6e continent, seguido um ano depois pelo segundo volume. Juillard continua o seu percurso, criando na mesma colecção O santuário de Gondwana. Em 2016, será lançada uma nova obra de Les Aventures de Blake et Mortimer, sempre com a cumplicidade de Yves Sente: Le Testament de William S.
Além de sua participação na série Blake e Mortimer, trabalha com muitos grandes roteiristas como Pierre Christin (Léna, cujo terceiro volume foi lançado em 2020) ou Yann (Mezek e Double 7). Como ilustrador, distinguiu-se sobretudo nas edições Beaulet e também com Daniel Maghen, que publicou uma autobiografia em imagens, Entracte. O seu talento foi celebrado no festival BDFIL de Lausana, em 2008, onde foi o convidado de honra. Uma exposição «Destins-Drawings» foi também dedicada à sua obra.